Pesquisa mostra
que o tratamento é considerado “uma das histórias de maior sucesso da saúde
pública nos últimos 40 anos
Um estudo
publicado no periódico The Lanced mostra que jovens vivendo com HIV possuem uma
expectativa de vida “bem perto do normal” – é sempre bom ressaltar que HIV e
AIDS são coisas diferentes: um é o vírus que causa a doença, o outro é a doença
em si.
Para os
cientistas da Universidade de Bristol, jovens europeus e norte-americanos que
começaram o tratamento antirretroviral entre 2008 e 2010 possuem uma
expectativa de vida de 73 anos para homens e 76, para mulheres. Nos EUA, a
expectativa de vida para quem não vive com o vírus é de 77 anos para os homens
e 81, para as mulheres — o brasileiro vive em média 75 anos, de acordo com o
IBGE.
Os números foram
comemorados pela comunidade científica, uma vez que a expectativa dos
portadores do vírus norte-americanos em 1996 era de 60 anos.
O sucesso se
deve, em grande parte, aos avanços médicos na área, que incluem remédios mais
modernos com menos efeitos colaterais e com maior eficiência no combate da
proliferação do vírus no organismo. A combinação de cerca de três ou mais
medicamentos já é considerada "umas das histórias de maior sucesso da
saúde pública nos últimos 40 anos".
Recentemente,
cientistas afirmaram ter conseguido eliminar o vírus do organismo de
animais vivos pela primeira vez na história. Isso aumenta as esperanças para
uma possível cura. A organização internacional amfAR, Fundação para a
Pesquisa da AIDS estima que até 2020 os cientistas já poderão anunciar uma cura
efetiva.
Estigma e preconceito
Vale lembrar que o Brasil é referência mundial no tratamento da doença. Todo brasileiro que tem HIV pode ser tratado pelo sistema público de saúde sem custo nenhum. Mas estamos longe de resolver a questão.
Isso porque, enquanto a medicina avança a passos largos, a mentalidade em relação ao vírus ainda está estagnada na década de 1980. Ao mesmo tempo em que cientistas afirmam que pacientes em tratamento com a carga viral indetectável e sem outras ISTs não transmitem o vírus, por exemplo, ainda há quem tenha "medo".
Vale lembrar que o Brasil é referência mundial no tratamento da doença. Todo brasileiro que tem HIV pode ser tratado pelo sistema público de saúde sem custo nenhum. Mas estamos longe de resolver a questão.
Isso porque, enquanto a medicina avança a passos largos, a mentalidade em relação ao vírus ainda está estagnada na década de 1980. Ao mesmo tempo em que cientistas afirmam que pacientes em tratamento com a carga viral indetectável e sem outras ISTs não transmitem o vírus, por exemplo, ainda há quem tenha "medo".
Além disso, a imagem cadavérica dos portadores do
vírus da década de 1980 em nada tem a ver com os de hoje. Uma série de
campanhas e ações ajudam a trazer mais informações sobre a questão, como a
página Conversaria Sem Tabu, do Centro de Referência e Treinamento
DST/Aids-SP, e os canais Projeto Boa Sorte, HDiário, Doutor
Maravilha, Super Indetectável e Prosa Positiva.
A falta de informação, o preconceito e a antiga
ideia de que a AIDS é uma doença "de gays" faz com que cada vez mais
pessoas sejam infectadas e não busquem o tratamento simplesmente porque não
sabem que são portadoras. Isso fez com que, apesar do tratamento, os números da
doença voltassem a subir no país.
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS (Unaids), a população vivendo com a doença no País passou de 700 mil,
em 2010, para 830 mil em 2015, com 15 mil mortes por ano.
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